ATA DA QUADRAGÉSIMA TERCEIRA SESSÃO SOLENE DA
SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEGUNDA LEGISLATURA, EM
17.11.1998.
Aos dezessete dias do mês de novembro do ano de mil
novecentos e noventa e oito reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio
Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às dezessete horas e vinte e
quatro minutos, constatada a existência de “quorum”, o Senhor Presidente
declarou abertos os trabalhos da presente Sessão, destinada à entrega do Título
Honorífico de Cidadã de Porto Alegre à Senhora Odair Perugini de Castro, nos
termos do Projeto de Lei do Legislativo nº 126/96 (Processo nº 2087/96), de
autoria do Vereador Reginaldo Pujol. Compuseram a MESA: o Vereador Isaac
Ainhorn, 2º Vice-Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; a Professora
Maria da Conceição Marques Pereira, representando o Senhor Prefeito Municipal
de Porto Alegre e a Secretaria Municipal da Educação; a Professora Lorena
Holzmann da Silva, Pró-Reitora de Graduação, representando a Reitoria da Universidade
Federal do Rio Grande do Sul; a Senhora Erlita Cardoso Franco, representando a
Associação dos Orientadores Educacionais do Rio Grande do Sul; o Senhor Sérgio
Antônio Carlos, Vice-Diretor, no exercício da Diretoria, do Instituto de
Psicologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul; o Professor Luiz
Osvaldo Leite, Coordenador Administrativo da Universidade da 3ª Idade da
Universidade Federal do Rio Grande do Sul; a Senhora Odair Perugini de Castro,
Homenageada; o Vereador Reginaldo Pujol, 3º Secretário da Casa. Após, o Senhor
Presidente convidou os presentes para, em pé, ouvirem à execução do Hino
Nacional e, em continuidade, concedeu a palavra aos Vereadores que falariam em
nome da Casa. O Vereador Reginaldo Pujol, em nome das Bancadas do PFL, PT, PTB,
PDT, PSDB, PMDB, PSB e PPS, saudou a Senhora Odair Perugini de Castro, afirmando
que o Título hoje entregue é o reconhecimento de todos os porto-alegrenses às
atividades realizadas pela Homenageada em prol da comunidade, em especial nas
áreas de educação e cultura. O Vereador João Carlos Nedel, em nome da Bancada
do PPB, discorreu acerca da vida profissional da Homenageada, declarando ser
ela um exemplo para todos e um estímulo para o crescimento do otimismo frente à
busca de uma sociedade melhor. A seguir, o Senhor Presidente convidou o
Vereador Reginaldo Pujol a proceder à entrega do Diploma e da Medalha
referentes ao Título Honorífico de Cidadã de Porto Alegre à Professora Odair
Perugini de Castro. Também, o Vereador Reginaldo Pujol e a Senhora Maria Doval
procederam à entrega de flores à Homenageada. Em continuidade, o Senhor
Presidente concedeu a palavra à Professora Odair Perugini de Castro, que
agradeceu o Título recebido. Após, o Senhor Presidente convidou os presentes
para, em pé, ouvirem à execução do Hino Rio-Grandense, agradeceu a presença de
todos e, nada mais havendo a tratar, declarou encerrados os trabalhos às dezoito
horas e quarenta minutos, convidando os presentes para a Sessão Solene a ser
realizada às dezenove horas. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores
Luiz Braz e Clovis Ilgenfritz e secretariados pelo Vereador Reginaldo Pujol. Do
que eu, Reginaldo Pujol, 3º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata
que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada pelos Senhores 1º
Secretário e Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Isaac Ainhorn): Estão abertos os trabalhos da presente
Sessão Solene, destinada à entrega de Título Honorífico de Cidadã de Porto Alegre à Sr.ª Odair Perugini
de Castro, nos termos do PLL nº 126/96 (Proc. 2087/96), de autoria do Ver.
Reginaldo Pujol.
Convidamos
para compor a Mesa a homenageada, Sr.ª Odair Perugini de Castro; Prof.ª Maria
da Conceição Marques Pereira, representante do Prefeito Municipal de Porto
Alegre e da Secretaria Municipal de Educação; Prof.ª Lorena Holzmann da Silva,
Pró-Reitora de Graduação, representante da Reitora da UFRGS; Sr.ª Erlita
Cardoso Franco, representante da Associação dos Orientadores Educacionais do
Rio Grande do Sul; Sr. Sérgio Antônio Carlos, Vice-Diretor, no exercício da
Diretoria, do Instituto de Psicologia da UFRGS; Prof. Luiz Osvaldo Leite,
Coordenador Administrativo da UNIT - Universidade da 3ª Idade da UFRGS.
Convidamos
todos os presentes para, em pé, ouvirmos o Hino Nacional.
(Executa-se
o Hino Nacional.)
O SR. PRESIDENTE: Nós temos a honra, neste momento, de
passar a palavra ao autor da presente iniciativa de concessão do título de
Cidadã de Porto Alegre à Sr.ª Odair Perugini de Castro, Ver. Reginaldo Pujol,
que falará por sua Bancada e pelas Bancadas do PT, PTB, PDT, PSDB, PMDB, PSB e
PPS.
O SR. REGINALDO PUJOL: Ex.mo Sr. 2º Vice-Presidente
da Câmara Municipal de Porto Alegre, neste ato, no exercício da Presidência,
Ver. Isaac Ainhorn; querida homenageada, Professora Odair Perugini de Castro;
ilustre representante de S. Ex.ª o Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre e
também da Secretaria Municipal de Educação, Professora Maria da Conceição
Marques Pereira; ilustre representante da Reitoria da Universidade Federal do
Rio Grande do Sul, Professora Lorena Holzmann da Silva, digníssima Pró-Reitora
de Graduação da nossa Universidade Federal, cuja presença na Casa nos deixa
extremamente alegres, na medida em que ela faz parte da mesma, esposa que é de
um dos nossos companheiros de trabalho, ex-Presidente da Casa, Ver. Clovis
Ilgenfritz; Il.ma representante da Associação dos Orientadores
Educacionais do Rio Grande do Sul, Sr.ª Erlita Cardoso Franco; M. D. Diretor do
Instituto de Psicologia da UFRGS, Senhor Sérgio Antônio Carlos; Ilustre
Coordenador Administrativo da UNIT - Universidade da 3ª Idade da UFRGS,
Professor Luiz Osvaldo Leite, que também nos dá grande satisfação com a sua
presença, no dia de hoje; ele que é um dos exemplos de grande educador que este
Estado conhece, que foi, por longos anos, nosso companheiro de atividades na
Administração do Município de Porto Alegre, quando não, no magistério
municipal. Meus Senhores, minhas Senhoras.
O
dia de hoje é extremamente significativo para a Câmara Municipal de Porto
Alegre, eu me permito dizer que, de modo especial, e muito fortemente, é um dia
muito importante na minha vida, como integrante, de larga data, desse
sodalício. Vejo se perpetuar uma homenagem que eu, confesso, ser uma das mais
qualificadas que já tive oportunidade de, como integrante desta Casa, ter a
iniciativa de promover. Tamanha essa circunstância que, há dois anos, quando eu
propus a concessão da cidadania à Prof.ª Odair, eu não tinha o privilégio de
conhecê-la pessoalmente, aliás, confesso, com toda a lisura, que hoje, pela
primeira vez, tive a oportunidade de apertar a mão da Prof.ª Odair. Recebi de
alguns amigos, e nós representantes da população se quisermos exercer bem o
nosso mandato temos que estar sempre, permanentemente, abertos a proposições
que surjam aqui, ou acolá, acerca das coisas da nossa Cidade. Recebi de um
amigo, que já não se encontra conosco mais, a primeira gama de informações a
respeito da ação magnífica que a Prof.ª Odair Perugini de Castro, com a sua
liderança, com a sua determinação de permanecer ativa no cotidiano da educação
e da cultura deste Estado, desenvolvia na Universidade Federal do Rio Grande do
Sul. A essa simples informação se somaram outras tantas, o que me permitiu
recolher elementos para propor esta homenagem.
Eu
quero acentuar essa circunstância, de ela ser uma pessoa que eu não tinha o
privilégio de conhecer pessoalmente, se algo se impôs a nossa admiração, se
algo determinou a nossa inspiração, foi exatamente a ação positiva,
determinada, conseqüente, altruística que essa Eminente Professora realiza na
nossa querida Cidade de Porto Alegre. Por isso, Professora, apesar de que
alguns entendam de certa forma, inadequadamente, que nós estejamos, até,
postulando em causa própria, eu quero dizer a V. S.ª que esse título de Cidadão
de Porto Alegre, que o Legislativo de Porto Alegre lhe concede, é uma
manifestação unânime da nossa Casa que coletivamente entendeu de consagrar ao
seu trabalho e de com ele se comprometer.
Eu
disse que alguns até me acusam de eu estar laborando em causa própria. Alguns
dizem que eu estou querendo me incluir no pré-vestibular da Universidade da
Terceira Idade e já por antecipação ganhar a simpatia da sua Coordenadora. De
fato, se pudesse ser olhado sob essa ótica, que bom seria que todos aqueles que
vão se encaminhando para essa situação começassem a olhar esse momento
esplendoroso da vida de cada um, com a responsabilidade, com a seriedade, com a
competência e com a liderança que a Professora Odair Perugini de Castro
entendeu um dia de através das suas atividades didáticas na Universidade
Federal do Rio Grande do Sul, assim proceder. Eu, pessoalmente, que fui tocado,
fortemente pelas informações, desconhecia que uma pessoa que tinha nascido, lá,
muito próxima da minha Quaraí, lá em Uruguaiana e que menina, ainda, veio para
Porto Alegre, tivesse, degrau a degrau construído esta história tão rica, tão
linda, tão próxima que a todos nós encanta. Desde a condição de estudante no
Colégio Elementar Fernando Gomes, a passagem pelo Instituto Flores da Cunha,
que toca a quase todos os gaúchos - eu mesmo tenho na minha mais fiel
companheira, que é a minha esposa, uma egressa do Instituto de Educação. A
passagem, posteriormente, Ver. Isaac, numa homenagem antecipada a V. Ex.ª, no
Colégio Estadual Júlio de Castilhos, cujos bancos V. Ex.ª também ocupou. O
Curso de Educação Física, o Curso de Pedagogia, o Curso de Filosofia, o Curso
de Psicologia, todo esse aprendizado não poderia de modo algum ter ficado
guardado dentro dessa pessoa que tanta capacidade tinha de reproduzir esses
conhecimentos adquiridos com o tempo. E foi o que a nossa homenageada fez nas
várias posições que ocupou, e, mais recentemente, nos anos 90, com a sua
Universidade da 3ª Idade, cujos acadêmicos estão presentes hoje aqui.
Então,
eu gostaria de me socorrer do grande pensador Ortega y Gasset, que dizia “nós,
seres, somos nós e as nossas circunstâncias”. Eu imagino as circunstâncias
positivas nas quais se encontrava inserida a professora Odair Perugini de
Castro quando, em momento iluminado, tomou essa deliberação. Hoje, beirando os
60 anos de idade, lembro-me que na minha adolescência a posição que se tinha
com relação aos “sessentões” era até de uma certa piedade. Parece que aquilo
era o término de uma existência. Com que alegria que eu vejo hoje, juntamente
com os índices que colocam o Rio Grande do Sul como o Estado com melhor
qualidade de vida do País, que um dos indicadores que qualificaram o Estado
nessa posição é exatamente a longevidade do gaúcho. E mais do que isso, é a
longevidade positiva, de quem não fica em casa só porque chegou a uma
determinada idade e que por isso deve se afastar de todo o processo cultural,
produtivo, educacional e social, ficando apenas como o vovô ou a vovozinha,
respeitoso e respeitável, esperando, em casa as homenagens de seus netos.
Brilhante,
memorável transformação! E majestosa a sua contribuição, Professora, para que
se repensasse a velhice, fazendo com que hoje haja a possibilidade de se
encontrar pessoas idosas que são mais jovens do que os jovens, pela forma
dinâmica com que enfrentam o cotidiano, as mudanças e transformações que
ocorrem na nossa sociedade. Por isso, eu gostaria de dizer que eu tive essa
grata felicidade de poder transferir para o papel esta homenagem que foi
amplamente acolhida pelos meus pares nesta Casa. E, hoje, tenho o privilégio de
representar, senão todas as legendas com assento nesta Casa, desde o Partido
dos Trabalhadores, o Partido Popular Socialista, o Partido da Social Democracia
Brasileira, o Partido Democrático Trabalhista, o Partido do Movimento Democrático
Brasileiro; o meu Partido, o Partido da Frente Liberal, vir a essa tribuna e
iniciar essas homenagens que haverão de continuar com essas manifestações de
oradores, penso eu, até mais eloqüentes e mais eficazes do que nós.
Então,
só posso, Professora, nesta hora, encaminhar a conclusão de um improviso que eu
fiz questão de assim sê-lo para que pudesse ser o mais natural possível, o mais
espontâneo e o mais sincero como natural, sincera e espontânea foi a homenagem.
Eu quero além de evidentemente me qualificar para o ingresso nesta
Universidade, dizer-lhe com o coração aberto que no Rio Grande, ciclicamente,
grandes mulheres pontificam em segmentos dos mais diversos da vida, do
cotidiano, do desdobrar mês a mês, dia a dia, hora a hora do tempo que se passa,
neste Rio Grande, tão rico de exemplos qualificadores do valor da sua mulher,
eu fico feliz em saber que de lá de Uruguaiana vem-nos essa guerreira nova,
essa Anita transformada para os tempos modernos: que não pega na arma, que não
empunha o fuzil, que não participa das atividades bélicas no campo aberto em
que se desenvolveram as revoluções do passado, mas que, com outras armas, com a
caneta, com o intelecto, com o coração e com a solidariedade desenvolve esse
trabalho pioneiro de tamanha relevância que nós estamos todos aqui a proclamar.
Meus
cumprimentos, meu muito obrigado pela senhora ter feito esse trabalho tão
positivo, aqui, na nossa Porto Alegre e no nosso Rio Grande. A nossa Casa do
Povo, que, de tempos em tempos, por iniciativa dos Vereadores, vê aumentada a
sua galeria de cidadãos honorários, hoje se orgulha de ter uma cidadã
honorária, dando mais essa demonstração de que, nos anos 90, neste final de
século, nessa mudança de milênio, nós, os gaúchos, mais do que nunca, estamos
aprendendo a respeitar essas qualidades não tão decantadas da mulher gaúcha que
os tempos atuais estão a revelar. Na nossa homenagem, na homenagem da Casa do
Povo de Porto Alegre, na homenagem daqueles que propuseram esses atos, e que me
esperaram nesses atos, alguns dos quais aqui presentes, cúmplices diretos,
nessa disposição de homenageá-la, está, saibam todos, toda uma gama de respeito
que nós temos com aquelas mulheres que, em Porto alegre, no Rio Grande, no
Brasil e no mundo, enfrentam o tempo, sabendo que, ainda que ele seja
incontrolável, ele pode ser utilizado em prol da solidariedade, da cultura, do
bem-estar e de uma vida mais humana, mais cristã. A isso tudo eu homenageio
nesta hora, dizendo-lhe: muito obrigado, Professora Odair, que passa, a partir
de agora, a engalanar a nossa galeria de cidadãos honorários, dando esse toque
muito especial.
Quando
alguém vir a sua fotografia, vai perceber, quase que num toque de fluidez, que,
atrás da sua fisionomia, do seu rosto, há todo um movimento, há todo um
espectro positivo, conseqüente, harmonioso e, sobretudo, solidário. Estou feliz
porque, um dia, à proposição de meus amigos,
a minha pena teve a possibilidade de subscrever ensejando esse processo
que, acolhido por meus colegas, resultou nesta homenagem.
Porto
Alegre, por nosso intermédio, lhe diz: é uma honra para esta Cidade acolher
essa uruguaianense e proclamá-la sua Cidadã, por seu trabalho, por seus
méritos, por sua atividade. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. João Carlos Nedel
que fala pelo PPB.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: (Saúda os componentes da Mesa.)
Realmente, Sr. Presidente, não estava previsto no programa oficial desta
homenagem que eu iria falar. Mas, há pouco, quando saí da homenagem aos 161 anos
da Brigada Militar, homenagem proposta por mim, encontrei uma querida amiga,
Professora Sônia Saibro e com alegria a cumprimentei e perguntava o que ela
estava fazendo aqui, se vinha só para me visitar. E ela disse: “não, eu vim
também para homenagear uma grande mulher, a Professora que hoje recebe o título
de Cidadã Honorária de Porto Alegre”. E eu me interessei. Quem é essa mulher
que recebeu essa amizade tão importante de uma querida amiga, Sônia Saibro? E
aí fui buscar o processo aqui na Câmara. E, quando lia, comecei a ficar
maravilhado com a sua vida, e isso me emociona. E aí, Professora, encontro
outros amigos, um grande amigo, Luiz Pedro Pessano, que é um amigo de trinta
anos, companheiro do mercado de capitais, que junto labutamos tanto tempo, e que
amizade tão forte nos une. Encontrei a sua esposa, a Nora, também aqui;
encontrei outros amigos, Iolando Sporlerder; encontrei outros amigos, o Ilustre
Jadir Lopes Fettermann. E tantos outros amigos novos que encontrei,
maravilhados, com aquele olhar de amor tão lindo nas pessoas, que transbordam
amor. Que coisa linda! E me emocionei mais ainda quando encontrei amigos novos,
como a Teresa Corrêa, Avani Coelho Barão, a Lélia Cardoso, Teresinha Severo, o
Eros de Camargo, o Silvio Pedro e a Marli Lopes. E encontrei também uma querida
amiga e companheira, de encontros de casais, sua aluna, que veio aqui para
homenagear a mestra. Que coisa linda! A Juçara Santiago Cunha, sua aluna.
Vejam, Senhoras e Senhores, como Deus é bom, como nos dá oportunidades de acompanhar
a vida de uma construtora de uma sociedade melhor. Como Deus é bom que
permitiu-lhe a oportunidade de desenvolver os seus talentos para o bem da
sociedade. E como Deus é bom, professora, que nos permite receber os benefícios
desses seus talentos colocados a nossa disposição e para o nosso bem.
Isso
empolga e faz crescer a vontade de viver e de se desenvolver, crescer o nosso
otimismo por uma País cada vez melhor, e no momento em que a Câmara de
Vereadores entrega esse título para uma personalidade tão importante, fiquei,
realmente, maravilhado e impressionado com o seu currículo: três cursos
superiores, Educação Física, Filosofia e Psicologia; um mestrado; duas
pós-graduações; uma especialização no exterior; um doutorado em Pedagogia. Que
talento! Que sabedoria! Mais uma vez prova a bondade de Deus para conosco.
E,
aí, vejo onde ela atuou: Psicóloga da Carris; Professora do Instituto de
Educação e da Escola Normal Nossa Senhora da Glória; Coordenadora do SOE do
Colégio Júlio de Castilhos; Professora do Colégio Sévigné e do Colégio Rui
Barbosa; Coordenadora da Unidade de Pesquisa e Orientação da Secretaria
Municipal de Educação; Chefe do Departamento de Psicologia da UFRGS; Professora
de Psicologia da UFRGS; fundadora da 1ª Associação de Orientadores Educacionais
do Rio Grande do Sul em 1968, e ajudou a criar outras em vários estados do
Brasil. Com isso, fortaleceu a criação da Federação das Orientadoras
Educacional. Que beleza! Aplica os seus talentos aqui no Brasil, na nossa
sociedade. Não pára aí. Em contato com as minhas mais novas amigas fiquei
sabendo da sua imensa liderança, do seu espírito profissional, da sua classe
como professora extremamente humanitária, generosa, sempre auxiliando e
apoiando as colegas em todos os momentos. Isso emociona e traz a alegria de
viver. Tem mais: ainda sobrou talento para fundar a Universidade da 3ª Idade, que hoje conta com cento e vinte
pessoas, em uma extensão da Universidade Federal do Rio Grande do Sul ligada ao
Instituto de Psicologia onde faz reunião de estudo, oficinas de atividades e
que tanto bem faz para esta sociedade, para estas pessoas que aqui vieram lhe
homenagear.
Realmente,
Ver. Clovis Ilgenfritz, que nos dá a honra da sua presença, tenho certeza de
que sua mãe, Dona Odila, se conhecesse a Professora Odair Perugini de Castro
que hoje estamos homenageando ela também estaria dizendo: “puxa vida, mas que
mulher!”
Professora,
a Câmara de Vereadores sente-se imensamente honrada por tê-la entre os seus
cidadãos honorários, beneméritos, importantes da nossa Capital. Claro que uma
Cidadã de Uruguaiana recebe dupla cidadania, mas estamos imensamente honrados e
agradecendo, mais uma vez, a Deus, por esses talentos que Ele lhe permitiu e
que a Senhora os desenvolveu em favor desta imensa sociedade, da sua missão que
Ele lhe deu. Talvez, a Senhora nem tenha vislumbrado, mas esses são os caminhos
que Deus lhe pediu e que a Senhora
tão bem tem cumprido. Queremos, em nome da Cidade de Porto Alegre, dizer: muito
obrigado, Professora, a Senhora ajudou a melhorar esse mundo. Parabéns. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Queremos registrar a presença do Ver.
Clovis Ilgenfritz da Silva. Dando continuidade a esta extraordinária Sessão,
com um público tão representativo, tanto quantitativo como qualitativamente, a
esta iniciativa singular do Ver. Reginaldo Pujol, em que tem essas
extraordinárias intervenções, além do autor da iniciativa que trabalhou no
processo da elaboração da exposição de motivos. Vejam os senhores que a
homenagem é mais do que merecida, que levou essa emoção da manifestação do Ver.
João Carlos Nedel que, com certeza, não só gostaria, como o fez, de votar essa
proposição, mas, certamente, o que ocorre com aqueles projetos que dão certa ponta de inveja, gostaria, tenho
certeza, de subscrever e ser o autor da homenagem.
Convido
o autor da iniciativa, Ver. Reginaldo Pujol, para fazer a entrega do Título de
Cidadã e da Medalha de Porto Alegre à Sr.ª Odair de Castro.
(É
feita a entrega do Título e da Medalha.) (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE: Convido a Sr.ª Maria Doval, que em nome
da UNIT – Universidade da 3ª Idade, juntamente com o Ver. Reginaldo Pujol, para
fazer a entrega do ramalhete a nossa homenageada.
(Procede-se
à entrega das flores.) (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE: Temos a honra de conceder a palavra a
nossa homenageada, Sr.ª Odair Perugini de Castro, agora Cidadã de Porto Alegre.
A SRA. ODAIR PERUGINI DE CASTRO: Il.mo Sr. 2º Vice-Presidente
da Câmara Municipal de Porto Alegre, presidindo este ato; Ver. Isaac Ainhorn -
tive muito prazer em conhecê-lo, pois venho acompanhando de longa data a sua
presença nesta linda Porto Alegre; representante do Sr. Prefeito Municipal de
Porto Alegre e da Secretaria Municipal da Educação, Professora Maria da
Conceição Marques Pereira - ao Sr. Prefeito me liga uma ponte, a esposa
Liliane, que foi minha aluna; querida colega, representante da Reitora da
UFRGS, Professora Lorena Holzmann da Silva, Pró-Reitora de Graduação -
convivemos muitas vezes, pertinho, no mesmo Instituto, com lutas semelhantes e
desejos também semelhantes; representante da Associação dos Orientadores
Educacionais do RS, Professora Erlita Cardoso Franco - companheira de momentos
fantásticos da minha vida, quando, juntas, queríamos fazer alguma coisa para
uma classe que em educação é primordial, os Orientadores Educacionais; outro
colega também muito querido, Professor Sérgio Antônio Carlos - hoje guindado,
com muito mérito, à Diretoria do Instituto de Psicologia da Universidade
Federal do Rio Grande do Sul, companheiro de muitas lutas, essa gente sabe o
quanto nós trabalhamos a quatro mãos durante muito tempo. Ao Leite, afetuoso
Leite, afetuosa é a minha palavra, porque o Leite é um amigo que está mais,
diríamos, presente no cotidiano e que também muito contribuiu comigo nessas coisas
tão bonitas que foram ditas pelos dois Vereadores. Senhoras e Senhores.
Como
eu digo, cada um no seu jeito, cada um no seu momento e com as palavras que
certamente vieram de dentro do seu coração, eu os ouvi muito emocionada. Começo
dizendo ao Ver. Pujol que ele talvez não tenha a dimensão do ato que um dia lhe
passou como um pensamento, quem sabe, de homenagear uma mulher. E ele foi
coletar, ele foi estimulado, foi para ele falado, ele foi ouvir e me
descobriram. Certa vez, há dois anos, pediram o meu currículo, como ele disse,
e disseram: “Faz uma síntese.” E eu fiz daquelas coisas que para o ato seriam
importantes, que uma pessoa muito pequenina, nascida lá à beira do Rio Uruguai,
chegou um dia nesta Cidade e foi por ela recebida e aqui vem vivendo; aqui vem
curtindo essa belíssima Cidade à beira do Guaíba. Cidade onde muitas vezes,
quando pequena, eu molhei os meus pés e também me banhei, porque morava próxima
ao Guaíba, logo no início da minha vida aqui, eu morava no início da Rua Duque
de Caxias, bem próximo ao Rio Guaíba, e muito eu ia lá, porque um irmão mais
moço do que eu - infelizmente falecido -, fugia para nadar e eu, que era a irmã
mais velha, ia até lá saber o que estava acontecendo com ele, porque nós
pensávamos que ele não sabia nadar. Mas ele já estava até sendo convidado para
disputar provas de natação. Isso me ocorreu neste momento, quem sabe até com um
pouco de saudade daquele tempo.
Eu
nunca havia entrado na Câmara de Vereadores. É uma emoção fantástica saber que
pessoas extremamente preocupadas com o cotidiano, extremamente dedicadas a
fazer algo por seus próprios desejos e pelos reclamos dos porto-alegrenses,
inclusive os meus, estão aqui para tentar acertar, para tentar fazer aquilo que
lhes parece o necessário, lhes parece o conveniente, apesar das lutas e das
ideologias. Mas é por causa das lutas e das ideologias que se chega a algum
lugar. É por causa das críticas e das autocríticas que se constrói. E apesar de
tudo isso, nós, os que lutamos, sabemos que podemos olhar com amor uns nos
olhos dos outros. Sinto-me muito homenageada aqui nesta Casa, na Casa do Povo,
na Casa desta Cidade que me abraça agora, com o abraço do afeto, com o abraço
do reconhecimento.
Em
nenhum momento da minha vida passou pela minha cabeça que eu estava sendo
vista, que o meu trabalho é muito comunitário, sem dúvida, é muito social. Em
nenhum momento eu imaginava que estava sendo catalogada e eu vou usar as
palavras do Ver. João Carlos Nedel, - por Deus -, ele estava me mostrando
algumas trilhas e caminhos que eu fui abrindo, porque eu sempre acreditei
naquilo que fiz, eu sempre confiei no ser humano e sempre acreditei no
associativismo, sempre fui uma pessoa do coletivo, uma pessoa de trabalhar com
grupos e nos grupos, porque nós precisamos de suportes, nós precisamos de
apoios afetivos para que nós não entremos na desilusão e na vivência de pensar
só.
Porto
Alegre tem um sabor especial para mim. Tenho viajado muito, felizmente,
buscando mais conhecimentos e sempre que eu estou lá lembro-me da minha Cidade,
e fico muito feliz quando regresso a ela, porque ela é sempre para mim uma
Cidade Sorriso.
Quero
agradecer aos amigos que aqui estão e vejo aqui amigos de tempos mais atrás,
mas que continuaram comigo e vejo amigos mais recentes e uns e outros se
irmanam pelo afeto e dentro do meu coração. Revejo aqui colegas da Faculdade
Porto-Alegrense onde eu ainda exerço a minha profissão de Educadora, de
Professora e vejo também alunas e ex-alunas das faculdades e aquelas mais
recentes alunas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, da UNIT, um
Programa de Ensino, pesquisa e extensão que funciona há oito anos, que comecei
enquanto na atividade, e com elas as nossas trocas são perenes, atuais e todas
nós não acreditamos em qualidade de vida dita no jornal, nós acreditamos na
qualidade de vida vivida no cotidiano pelas trocas de energia, de conhecimento,
de afeto e de amor.
Eu
vejo meus familiares. Não tive filhos, mas tenho sobrinhos e sobrinhos-netos,
eu amo a todos vocês, aos familiares pelo laço de sangue, aos outros aqui
citados pelos laços do afeto e de respeito que sempre tenho recebido, não pelo
que eu faço, mas como pessoa humana. Eu agradeço pelo comportamento ético que é
o responsável pelas coisas que estamos fazendo juntas e pelas coisas que nós já
fizemos, e que de alguma forma, de um jeito ou de outro, tem repercutido
socialmente nesta linda e acolhedora cidade de Porto Alegre.
Sinto-me
muito emocionada, mas Deus está me dando forças para que eu, abandonando o que
estava escrito, encontrasse no meu coração e na minha emoção coisas, quem sabe,
ditadas por Deus e que, talvez, tenham sido as mais adequadas.
Mas
quero terminar com um pouco de poesia e como eu não sou poetisa eu busquei em
Khalil Gibran que diz, falando de Beleza: “Onde procurareis a beleza e como a
podereis encontrar a menos que ela seja vosso caminho e vosso guia? E como
podereis nela falar a menos que ela mesma teça vossas palavras?
Os
apaixonados dizem: A beleza é uma força poderosa e temível; como a tempestade
ela sacode a terra e o céu.
À
noite, os guardas da cidade dizem: A beleza despontará do Oriente, como a
Aurora.
No
inverno, os prisioneiros da neve afirmam: Ela virá com a primavera, pulando
sobre as colinas.
E,
no calor do verão, os ceifeiros falam: Nós a vimos dançar com as folhas do
outono, e havia neve em seu cabelo.
A
beleza não é um desejo, mas um êxtase.
A
Beleza é a vida.”
Diz
ainda o poeta: “Quando o amor vos chamar, segui-o. E quando ele vos falar,
acreditai nele. O amor nada dá senão de si próprio, e nada recebe senão de si
próprio. Grande é somente aquele que transforma o ulular do vento numa canção,
tornada mais suave pelo amor.”
Aqui
estamos, nesta festa de beleza, de amor, de comunicação harmoniosa, afetiva.
Testemunha concreta, insofismável do que se pode construir, do que se pode
alcançar quando os corações se comunicam.
Quero
convidar vocês, porque quero que aplaudamos essa Câmara de Vereadores, através
desta homenagem que transporto para a mulher gaúcha, não quero que seja só para
mim, quero compartilhar com vocês.
Se
o Vereador me permite, desejaria que, de pé, todos nós disséssemos à Câmara de
Vereadores, ao Ver. Reginaldo Pujol, ao Sr. Presidente, ao Vereador Nedel muito
obrigada e, que batamos palmas muito afetuosas.
(Palmas.)
Do
fundo da minha alma, do meu coração, agora como Cidadã desta Cidade, quero
deixar, de todo coração, meu agradecimento ao Ver. Reginaldo Pujol, V. Ex.ª
colocou muita energia na minha vida, e pretendo ainda poder fazer muito mais.
Muito obrigada.
(Não
revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE: Antes de encerrar a presente Sessão,
gostaria de fazer um breve registro, deixar nos Anais da Casa um depoimento de
tudo o que aconteceu, aqui, nesta Casa, neste final de tarde, quente,
anunciando o verão porto-alegrense. Quero confessar que não imaginava viver,
Professora Odair, uma emoção tão forte, de uma Sessão Solene tão significativa,
tão representativa. As terças-feiras são destinadas às Sessões Solenes de
entrega de Título, e, aparentemente, a sociedade que vê de fora, muitas vezes,
pode imaginar uma Sessão de honraria apenas de concessão de títulos, mas ela
tem um conteúdo de muito valor. Sobretudo, quando no curso do desenvolvimento
da idéia, observa-se que a idéia foi absolutamente correta. E, hoje, esta Casa
viveu um dos seus momentos singulares.
Eu
estava me retirando, tinha outro compromisso, não ia presidir a Sessão, acabei
por uma questão circunstancial, e também por ter encontrado alguns amigos que
vinham a sua Sessão, Professora Odair, o amigo Adam Slonka e outras pessoas,
dei volta e comuniquei ao Serviço de Relações Públicas que iria presidir a
Sessão, e, confesso que foi um momento extremamente singular. Estou há 12 anos
nesta Casa, com a representação popular da Cidade de Porto Alegre, quero lhe
dizer que para seu registro e para as outras pessoas, nós já assistimos a
muitas Sessões Solenes nesta Casa, mas como esta, eu posso assegurar, foram
raras, e me aventuro a dizer, muito própria e, extremamente, singular por tudo
que aconteceu: de largar o seu texto e falar sem a necessidade da menor
correção e revisão, tenho certeza, das notas taquigráficas, se bem apanhadas na
condução e na estrutura da frase. As próprias vírgulas e pontos, ao natural,
foram se colocando pela sua intervenção, pelo seu pronunciamento e pela sua
história e a sua vida é para todos nós tão significativa e por isso todo este
público, tão representativo, e que passo agora a entender.
Depois
do seu pronunciamento, podemos dizer que a Senhora é uma referência e uma lição
de vida. Muito obrigado.
Convido
a todos para ouvirmos a execução do Hino do Rio-Grandense.
(Executa-se
o Hino Rio-Grandense.)
Estão
encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se
a Sessão às 18h40min.)
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